terça-feira, 29 de junho de 2010

História das Copas: O Carrossel Holandês

O Carrossel Holandês    

     Carrossel holandês foi o nome dado ao esquema tático utilizado pela Seleção Holandesa de Futebol na Copa do Mundo FIFA de 1974. Ficou mais conhecido em língua portuguesa como "Carrosel Holandês" embora possa também ser referida como "Futebol Total" ou, ainda, "Laranja Mecânica" em alusão à obra homônima e ao filme nela inspirado.

     O esquema parecia uma versão melhorada do da Hungria de 1954 e foi chamado de carrossel porque os jogadores não tinham posições fixas e circulavam pelo campo.

    O criador do esquema foi o técnico Rinus Michels. Sua equipe devolvia o futebol de seus grandes dias do passado, quando o gol era, acima de tudo, a própria razão de ser do jogo. Mas não residia apenas nisso seu encanto, era uma equipe extremamente tática, fazia a bola rolar de pé em pé, em jogadas ensaiadas com admirável talento coletivo. Logo na sua estréia contra os uruguaios, a imprensa mundial viu uma seleção praticando um futebol bonito, harmonioso e eficiente. No ponto de vista coletivo, a seleção holandesa era quase perfeita. É como se fosse uma orquestra que tinha como regente o elegante Cruijff. Na Copa de 1974, Cruijff se tornava o novo rei do futebol. Era o símbolo vivo daquela seleção que os estrategistas batizaram de “Carrossel Holandês”. O futebol da Holanda era algo novo, diferente, onde buscava o gol.

     Desde a famosa seleção húngara de 1954 que a Europa não produzia uma equipe como aquela - lá se iam 20 anos de futebol. Nem mesmo a bela seleção francesa de 1958 podia ser comparada a ela. E vinha de um pequeno país sem tradição no mundo seleto e exigente do esporte - a Holanda. Tão bom era o time que, mesmo sem conquistar o título da Copa de 1974, na Alemanha Ocidental, entrou para a história como o Carrossel Holandês, que mudou muitas das concepções do jogo até aquela data e abriu novos caminhos para o espetáculo do futebol.

     Na verdade, não foi a seleção da Holanda que começou a chamar a atenção da crônica européia, mas o time do Ajax, que na época já era tricampeão de clubes, sendo que no último título com uma eloqüente goleada sobre o Bayern Munich. O Ajax era a base da seleção holandesa; o Bayern era a base da seleção alemã. Muitos cronistas viram com perspicácia que ali podia estar o prenúncio do que seria a final da Copa de 1974. O Ajax tinha um jogador que a unanimidade daqueles cronistas considerava o novo fenômeno do futebol - Johan Cruyff. Sabia fazer de tudo, era uma espécie de homem-equipe. Tinha, também, um treinador chamado Rinus Michels, inteligente, sofisticado e ambicioso, que sonhava em revolucionar o futebol. Michels tinha em mãos, na seleção, um material capaz de ajudá-lo a realizar seus desígnios: Jongbloed, goleiro enorme, de meter medo nos atacantes; Suurbier, na época o melhor lateral-direito da Europa; Krol, zagueiro admirável em qualquer época; Van Hanegen e Neeskens, incansáveis no trabalho de ligação entre a defesa e ataque; na frente, dois pontas velozes e hábeis, Rep e Resenbrink; e no meio deles, Cruyff.

     A Laranja Mecânica, conhecida também como o Carrossel Holandês, da esquerda para a direita: Neeskens, Krol, Van Hanegen, Jansen, Suurbier, Rep, Rijsbergen, Resenbrink, Haan, Jongbloed e Cruyff

     Por quê uma seleção de futebol de um país que ocupa pouquíssimo espaço no globo terrestre, que teve duas participações totalmente insignificantes nas Copas de 1934 (derrotada pela Suécia por 3 a 2 no único jogo) e 1938 (também derrotada, pela Tchecoslováquia, por 3 a 0) e sem a menor tradição no mundo futebolístico de repente é seríssima candidata ao título mundial na Copa de 1974 disputada na Alemanha? O período que antecede esta Copa mostra que as coisas não foram assim tão de repente. No intervalo entre a Copa do México em 70, e a Copa da Alemanha em 74, muitas águas passaram pelos moinhos e pontes holandesas. As seleções e times europeus estavam numa fase excelente, enquanto o Brasil ia perdendo seus craques após a conquista do tricampeonato no México.

     Logo após a Copa do México em 1970, a Polônia revelava uma seleção muito forte, campeã olímpica de 1972 em Munique. Um futebol força com excelente qualidade de movimentação de bola. O Bayern Munique da Alemanha, Feyenoord de Rotterdam e Ajax de Amsterdam foram colecionadores de títulos na década de 70. Correndo por fora estavam a Suécia, que sempre participou das copas com uma seleção de boa qualidade e a Alemanha Oriental, a Alemanha do outro lado do muro de Berlim, que só viria a ser destruído no início da década de 90 reunificando as Alemanhas.

     O Feyenoord ganhou o Campeonato Mundial Interclubes e a Copa Européia dos Clubes Campeões em 1970; o Ajax ganhou o Mundial Interclubes em 1974, e a Copa Européia dos Clubes Campeões em 1971, 1972 e 1973. E, para manter a tradição, mais um campeonato para o Feyenoord em 1974: a Copa da UEFA. Cruyff, cérebro e capitão do Ajax, jogou oito anos nesse clube, transferindo-se para o Barcelona da Espanha após a Copa de 1974, e merecidamente eleito o melhor jogador do mundo nos anos 1971 e 1973. A base do “dream team” da Holanda 1974 eram jogadores do Ajax e Feyenoord, como um “combinado”. Pela primeira vez na história do futebol holandês conseguia-se uma união entre dois times tão rivais. Mas o objetivo desta união era sublime.



Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Carrossel_holand%C3%AAs

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posted by Charles...

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