sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O Processo de Mumificação



Por: Claudia Zelini Diello
A mumificação era um processo muito utilizado no Antigo Egito, consistindo no preparo do cadáver para o sepultamento. Esse método mantém seus fundamentos de acordo com a ideologia da religião egípcia, que afirma que a alma necessita de um corpo mesmo quando a vida chega ao fim.



No além-túmulo, ba (o espírito) precisaria do corpo para habitar. Por isso, o corpo teria que ser conservado como um santuário. Esta preservação do corpo era feita através da mumificação.

Inicialmente, o corpo era colocado em uma tenda chamada “ibu” (lugar de purificação), onde era lavado com vinhos de palmeira e enxaguado com a água do Nilo. Logo abaixo da costela, ao lado esquerdo do corpo, era feito uma incisão para evisceração.

Os intestinos, rins, estômago, fígado e pulmões eram extraídos. Segundo a tradição, o coração era o órgão responsável pelos pensamentos e emoções alem de regulador das funções do corpo. Por esta razão, não era retirado.



A cavidade era temporariamente preenchida com soluções aromáticas e então recoberto com natro (uma mistura de carbonato, bicarbonato, sulfato e cloreto de sódio) que desidratava os tecidos e mantinha-os conservados.

Após quarenta dias, os enchimentos temporários e o excesso de natro eram retirados e o corpo era novamente lavado. Substituía-se o material de preenchimento por outro à base de areia e barro. Novamente eram aplicados os óleos aromáticos. Tratava-se a superfície corporal com resina e introduzia-se ouro sob as unhas do cadáver.

Em seguida vinha o processo de enfaixamento e inclusão de jóias e amuletos. Este procedimento era acompanhado por sacerdotes e as atividades de cerimônia duravam os próximos 30 dias.

Após a múmia estar finalizada, era colocada dentro de um sarcófago, que seria levado à pirâmide para ser protegido e conservado. O processo era tão eficiente que, muitas múmias, ficaram bem preservadas até os dias de hoje.

Elas servem como importantes fontes de estudos para egiptólogos. Com o avanço dos testes químicos, hoje é possível identificar a causa da morte de faraós, doenças contraídas e, em muitos casos, até o que eles comiam.

Graças ao processo de mumificação, os egípcios avançaram muito em algumas áreas científicas. Ao abrir os corpos, aprenderam muito sobre a anatomia humana. Em busca de substâncias para conservar os corpos, descobriram a ação de vários elementos químicos.







Curiosidades:
As funções do cérebro eram desconhecidas. Por isso, davam pouca importância a ele. Sua remoção era feita através da inserção de um instrumento em forma de gancho através do nariz. O instrumento macerava o material do cérebro que era rapidamente liquefeito e drenado para fora do crânio. Curiosamente, esta forma de atingir à base do cérebro e suas estruturas ainda é utilizado na neurocirurgia contemporânea.


Para transformar um corpo em múmia era muito caro naquela época. Portanto, apenas os faraós e sacerdotes eram mumificados.


Alguns animais como, por exemplo, cães e gatos também foram mumificados no Egito Antigo.

posted by Charles

Nenhum comentário:

Postar um comentário