quarta-feira, 31 de março de 2010

Recordação dos dias finais de Jesus na Terra

É O DIA sete do mês judaico de nisã do ano 33 EC. Imagine que você esteja observando os acontecimentos na província romana da Judéia. Saindo de Jericó, de vegetação luxuriante, Jesus Cristo e seus discípulos lentamente sobem uma estrada poeirenta e sinuosa. Há também muitos outros viajantes em caminho para Jerusalém, para a celebração anual da Páscoa. No entanto, o que ocupa a mente dos discípulos de Cristo é mais do que esta subida cansativa.
Os judeus têm ansiado um Messias que os alivie do jugo romano. Muitos crêem que Jesus de Nazaré é este Salvador há muito aguardado. Ele vem falando sobre o Reino de Deus por três anos e meio. Tem curado doentes e alimentado famintos. Deveras, tem trazido consolo ao povo. Mas os líderes religiosos se agastam com a denúncia ardente que Jesus faz contra eles e querem desesperadamente matá-lo. No entanto, lá está ele, andando com determinação pela estrada árida, na frente dos seus discípulos. — Marcos 10:32.
Quando o sol se põe atrás do monte das Oliveiras, Jesus e seus companheiros chegam à aldeia de Betânia, onde passarão as próximas seis noites. Quem os acolhe ali são seus queridos amigos Lázaro, Maria e Marta. A noite traz um refrescante alívio do calor da caminhada e marca o começo do sábado de 8 de nisã. — João 12:1, 2.

9 de nisã

Depois do sábado, Jerusalém está cheia de atividades. Milhares de visitantes já convergiram à cidade, para a Páscoa. Mas a comoção barulhenta que ouvimos é maior do que de costume para esta época do ano. Multidões inquisitivas apressam-se pelas ruas estreitas, descendo até os portões da cidade. Acotovelando-se para sair dos portões congestionados, que espetáculo vêem! Muitas pessoas jubilosas descem o monte das Oliveiras pela estrada de Betfagé. (Lucas 19:37) Que significa tudo isso?
Veja! Ali está chegando Jesus de Nazaré, montado num jumentinho. As pessoas estendem vestimentas na estrada diante dele. Outras acenam com ramos de palmeira que acabam de cortar e gritam com alegria: “Bendito aquele que vem em nome de Jeová, sim, o rei de Israel!” — João 12:12-15.
Quando a multidão se aproxima de Jerusalém, Jesus olha para a cidade e fica muito comovido. Ele começa a chorar, e nós o ouvimos predizer que esta cidade será destruída. Pouco depois, chegando Jesus ao templo, ele passa a ensinar as multidões, e a curar cegos e coxos que se chegam a ele. — Mateus 21:14; Lucas 19:41-4447.
Isso não passa despercebido pelos principais sacerdotes e pelos escribas. Como ficam irritados ao verem as coisas maravilhosas que Jesus faz e o júbilo das multidões! Não podendo ocultar sua indignação, os fariseus exigem: “Instrutor, censura os teus discípulos.” “Eu vos digo”, responde Jesus, “se estes permanecessem calados, as pedras clamariam”. Antes de partir, Jesus observa as atividades comerciais no templo. — Lucas 19:39, 40;Mateus 21:15, 16; Marcos 11:11.

10 de nisã

Jesus chega cedo ao templo. Ontem, ele não pôde deixar de ficar irado diante da crassa comercialização da adoração de seu Pai, Jeová Deus. Portanto, com muito fervor, ele começa a expulsar os que compram e vendem no templo. Daí, ele derruba as mesas dos gananciosos cambistas e as bancas dos que vendem pombas. “Está escrito”, exclama Jesus: “‘Minha casa será chamada casa de oração’, mas vós fazeis dela um covil de salteadores.” — Mateus 21:12, 13.
Os principais sacerdotes, os escribas e os principais do povo não suportam as ações de Jesus e seu ensino público. Como anseiam matá-lo! Mas ficam impedidos disso pela multidão, porque o povo fica assombrado com o ensino de Jesus e ‘se apega a ele para o ouvir’. (Lucas 19:47, 48) Ao anoitecer, Jesus e seus companheiros fazem a caminhada agradável de volta a Betânia, para uma boa noite de descanso.

11 de nisã

É de manhã cedo, e Jesus e seus discípulos já estão em caminho a Jerusalém, passando pelo monte das Oliveiras. Chegando ao templo, os principais sacerdotes e os anciãos confrontam logo a Jesus. Ainda estão bem lembrados das ações dele contra os cambistas e os vendedores no templo. Seus inimigos perguntam malevolamente: “Com que autoridade fazes estas coisas? E quem te deu esta autoridade?” “Também eu vos pergunto uma coisa”, responde Jesus. “Se ma disserdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas: O batismo de João, donde se originou? Do céu ou dos homens?” Ajuntando-se, os opositores raciocinam: “Se dissermos: ‘Do céu’, ele nos dirá: ‘Então, por que não acreditastes nele?’ Se, porém, dissermos: ‘Dos homens’, temos a multidão para temer, porque todos eles consideram João como profeta.” Confusos, respondem francamente: “Não sabemos.” Jesus responde calmamente: “Tampouco eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.” — Mateus 21:23-27.

“Um covil de salteadores”

JESUS tinha amplos motivos para dizer que os comerciantes gananciosos haviam transformado o templo de Deus num “covil de salteadores”. (Mateus 21:12, 13) Para poder pagar o imposto do templo, os judeus e os prosélitos procedentes de outros países tinham de cambiar seu dinheiro estrangeiro em moeda aceitável. Alfred Edersheim, no seu livro The Life and Times of Jesus the Messiah (A Vida e a Época de Jesus, o Messias), explica que os cambistas costumavam montar seus negócios nas províncias em 15 de adar, um mês antes da Páscoa. A partir de 25 de adar, mudavam-se para a área do templo em Jerusalém, para tirar proveito do enorme influxo de judeus e de prosélitos. Os cambistas operavam negócios lucrativos, cobrando uma taxa para cada moeda cambiada. Chamá-los Jesus de salteadores sugere que as taxas deles eram tão excessivas, que na realidade extorquiam dinheiro dos pobres.
Alguns não podiam levar seus próprios animais para ser sacrificados. Todos os que os levavam tinham de submetê-los a um exame feito por um inspetor no templo — por uma taxa. Muitos que não queriam arriscar-se a ter um animal rejeitado depois de trazê-lo de longe, compravam um leviticamente “aprovado” dos negociantes corruptos no templo. “Muitos dos camponeses pobres eram bem espoliados ali”, diz um erudito.
Há evidência de que o ex-sumo sacerdote Anás e sua família tinham capital investido nos comerciantes no templo. Escritos rabínicos falam de “bazares dos filhos de Anás [no templo]”. O lucro que recebiam dos cambistas e da venda de animais na área do templo era uma das suas principais fontes de renda. Um erudito diz que a ação de Jesus, de expulsar os comerciantes, “não só tinha por alvo o prestígio dos sacerdotes, mas também os bolsos deles”. Seja como for, seus inimigos certamente queriam acabar com ele! — Lucas 19:45-48.
Os inimigos de Jesus procuram agora enlaçá-lo para dizer algo pelo qual o possam prender. “É lícito ou não”, perguntam, “pagar a César o imposto por cabeça?” “Mostrai-me a moeda do imposto por cabeça”, retruca Jesus. Ele pergunta: “De quem é esta imagem e inscrição?” Dizem: “De César.” Deixando-os perplexos, Jesus diz claramente aos ouvidos de todos: “Portanto, pagai de volta a César as coisas de César, mas a Deus as coisas de Deus.” — Mateus 22:15-22.
Tendo silenciado seus inimigos com uma argumentação irrefutável, Jesus passa agora para a ofensiva, diante das multidões e dos seus discípulos. Escute-o denunciar destemidamente os escribas e os fariseus. “Não façais segundo as ações deles”, diz ele, “pois dizem, mas não realizam”. Firmemente, ele profere uma série de ais contra eles, identificando-os como guias cegos e hipócritas. “Serpentes, descendência de víboras”, diz Jesus, “como haveis de fugir do julgamento da Geena?” — Mateus 23:1-33.
Essas denúncias fulminantes não significam que Jesus não se apercebe dos pontos bons de outros. Mais tarde, ele vê pessoas lançar moedas nos cofres de tesouro do templo. Como é tocante ver uma viúva necessitada lançar neles todo o seu meio de vida — duas pequenas moedas de muito pouco valor! Com cordial apreço, Jesus salienta que, na realidade, ela lançou neles muito mais do que todos os que haviam feito contribuições generosas “do que lhes sobrava”. Na sua terna compaixão, Jesus aprecia profundamente o que for que a pessoa é capaz de fazer. — Lucas 21:1-4.
Jesus sai agora do templo pela última vez. Alguns dos seus discípulos mencionam a magnificência do templo, “adornado com pedras excelentes e com coisas dedicadas”. Para a surpresa deles, Jesus responde: “Virão os dias em que não ficará aqui pedra sobre pedra sem ser derrubada.” (Lucas 21:5, 6) Enquanto os apóstolos seguem Jesus para fora da cidade congestionada, eles se perguntam o que queria dizer com isso.
Pois bem, um pouco mais tarde, Jesus e seus apóstolos estão sentados, usufruindo a paz e o sossego do monte das Oliveiras. Diante da esplêndida vista de Jerusalém e do templo, Pedro, Tiago, João e André procuram obter esclarecimento da surpreendente predição de Jesus. “Dize-nos”, querem saber: “Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua presença e da terminação do sistema de coisas?” — Mateus 24:3; Marcos 13:3, 4.
Em resposta, o Instrutor-Mestre fornece uma profecia realmente notável. Ele prediz severas guerras, terremotos, escassez de víveres e pestilências. Jesus prediz também que as boas novas do Reino serão pregadas em toda a Terra. “Então”, adverte ele, “haverá grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo”. — Mateus 24:7, 1421; Lucas 21:10, 11.
Os quatro apóstolos prestam atenção enquanto Jesus considera outros aspectos do ‘sinal da sua presença’. Ele enfatiza a necessidade de se ‘manterem vigilantes’. Por quê? “Porque”, diz ele, “não sabeis em que dia virá o vosso Senhor”. — Mateus 24:42; Marcos 13:33, 3537.
Este tem sido um dia inesquecível para Jesus e para seus apóstolos. De fato, é o último dia do ministério público de Jesus antes de ele ser preso, julgado e executado. Visto que já está ficando tarde, começam a voltar a Betânia pelo caminho curto por cima do morro.

12 e 13 de nisã
 

Jesus passa o dia 12 de nisã discretamente com os seus discípulos. Dá-se conta de que os líderes religiosos procuram desesperadamente matá-lo, e ele não quer que impeçam que ele celebre a Páscoa na noite seguinte. (Marcos 14:1, 2) No dia seguinte, 13 de nisã, as pessoas estão atarefadas em fazer os preparativos finais para a Páscoa. No começo da tarde, Jesus manda Pedro e João preparar-lhes a Páscoa numa sala de sobrado em Jerusalém. (Marcos 14:12-16; Lucas 22:8) Pouco antes do pôr-do-sol, Jesus e os outros dez apóstolos se juntam a eles ali para a sua última celebração da Páscoa.

14 de nisã, após o pôr-do-sol

Jerusalém é banhada pela suave luz do crepúsculo vespertino, ao passo que a lua cheia surge sobre o monte das Oliveiras. Numa ampla sala mobiliada, Jesus e os 12 estão recostados a uma mesa preparada. “Desejei muito comer esta páscoa convosco antes de eu sofrer”, diz ele. (Lucas 22:14, 15) Depois, os apóstolos ficam surpresos de ver Jesus levantar-se e pôr de lado a sua roupagem exterior. Tomando uma toalha e uma bacia de água, ele começa a lavar-lhes os pés. Que lição inesquecível de prestar serviço humilde! — João 13:2-15.
No entanto, Jesus sabe que um desses homens — Judas Iscariotes — já providenciou traí-lo aos líderes religiosos. É compreensível que ele fique muito aflito. “Um de vós me trairá”, revela ele. Os apóstolos ficam muito contristados com isso. (Mateus 26:21, 22) Depois de celebrar a Páscoa, Jesus diz a Judas: “O que fazes, faze-o mais depressa.” — João 13:27.
Após a saída de Judas, Jesus introduz uma refeição para comemorar a sua iminente morte. Toma um pão não levedado, dá graças numa oração, parte-o e manda que os 11 o comam. “Isto significa meu corpo”, diz ele, “que há de ser dado em vosso benefício. Persisti em fazer isso em memória de mim”. Depois toma um copo de vinho tinto. Após proferir uma bênção, passa-lhes o copo, dizendo que bebam dele. Jesus acrescenta: “Isto significa meu ‘sangue do pacto’, que há de ser derramado em benefício de muitos, para o perdão de pecados.” — Lucas 22:19, 20;Mateus 26:26-28.
Durante esta noite momentosa, Jesus ensina aos seus apóstolos fiéis muitas lições valiosas, e entre elas a importância do amor fraternal. (João 13:34, 35) Assegura-lhes que receberão um “ajudador”, o espírito santo. Este os fará lembrar todas as coisas que lhes disse. (João 14:26) Mais tarde, naquela noite, devem ficar muito encorajados ao ouvir Jesus proferir uma fervorosa oração a favor deles. (João, capítulo 17) Após cantarem cânticos de louvor, saem da sala de sobrado e seguem a Jesus no fresco ar da noite.

Atravessando o vale do Cédron, Jesus e seus apóstolos vão para um dos seus lugares favoritos, o jardim de Getsêmani. (João 18:1, 2) Enquanto os seus apóstolos esperam, Jesus se afasta um pouco para orar. Não há palavras para descrever a sua tensão emocional quando pede fervorosamente ao Pai que lhe dê ajuda. (Lucas 22:44) A mera idéia do vitupério que se lançaria sobre o seu querido Pai celestial se ele fracassasse o deixa extremamente aflito.
Mal Jesus acaba de orar, quando chega Judas Iscariotes com uma multidão que carrega espadas, cacetes e tochas. “Bom dia, Rabi!”, diz Judas, beijando ternamente a Jesus. Este é o sinal para os homens prenderem Jesus. De repente, Pedro dá um golpe com a sua espada e corta a orelha do escravo do sumo sacerdote. “Devolve a espada ao seu lugar”, diz Jesus, ao curar a orelha do homem. “Todos os que tomarem a espada perecerão pela espada.” — Mateus 26:47-52.

Tudo acontece muito depressa! Jesus é preso e amarrado. Com medo e em confusão, os apóstolos abandonam seu Amo e fogem. Jesus é levado a Anás, o anterior sumo sacerdote. Depois é levado a Caifás, o atual sumo sacerdote, para ser julgado. Nas primeiras horas da manhã, o Sinédrio acusa Jesus falsamente de blasfêmia. A seguir, Caifás manda que seja levado ao governador romano, Pôncio Pilatos. Este manda Jesus a Herodes Ântipas, o governante da Galiléia. Herodes e seus guardas zombam de Jesus. Daí, ele é mandado de volta a Pilatos. A inocência de Jesus é confirmada por Pilatos. Mas os líderes religiosos judeus o pressionam para que condene Jesus à morte. Depois de sofrer consideráveis ultrajes verbais e físicos, Jesus é levado a Gólgota, onde é impiedosamente pregado numa estaca de tortura e sofre uma morte agonizante. — Marcos 14:5015:39; Lucas 23:4-25.
Teria sido a maior tragédia na História se a morte de Jesus tivesse acabado para sempre com a sua vida. Felizmente, isto não aconteceu. Em 16 de nisã de 33 EC, seus discípulos ficaram espantados de descobrir que ele tinha sido levantado dentre os mortos. Com o tempo, mais de 500 pessoas puderam confirmar que Jesus vivia novamente. E 40 dias após a ressurreição dele, um grupo de seguidores fiéis o viu ascender ao céu. — Atos 1:9-11;1 Coríntios 15:3-8.

A vida de Jesus e você

Como afeta isso a você — sim, a todos nós? Ora, o ministério, a morte e a ressurreição de Jesus magnificam a Jeová Deus e são decisivos na realização do Seu grandioso propósito. (Colossenses 1:18-20) São de vital importância para nós no sentido de que podemos ter nossos pecados perdoados à base do sacrifício de Jesus e assim ter uma relação pessoal com Jeová Deus. — João 14:6; 1 João 2:1, 2.
Isso afeta até mesmo os mortos da humanidade. A ressurreição de Jesus abre o caminho para eles retornarem à vida na Terra paradísica prometida por Deus. (Lucas 23:39-43; 1 Coríntios 15:20-22) Se quiser saber mais sobre esses assuntos, convidamo-lo a assistir à Comemoração da morte de Cristo em 30 de março de 2010, num Salão do Reino das Testemunhas de Jeová na sua região. 

(já passou... eu fui e muito interessante, ano que vem tem de novo, mas fica o convite para irem nas reuniões, é diferente do que você viu em outras religiões, eu garanto...)

posted by Charles...

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